domingo, 5 de dezembro de 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DIDÁTICA E PRÁXIS PEDAGÓGICA II
ALUNAS: AMANDA SANTIAGO, CHAYNARA SOUZA E CINTHIA VIEIRA
PROFESSORA: ALESSANDRA ASSIS



OFICINA

TÍTULO
v  Qual é a sua língua? - Reflexões sobre a diversidade da língua portuguesa

PÚBLICO
v  Alunos do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Alberto Santos Dumont

HORA/LOCAL
v  19/ 11/ 2010, 9h05min – 10h

OBJETIVO GERAL
v  Perceber como o conhecimento das variedades da sua própria língua contribui para a inserção social do indivíduo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
v  Compreender as noções de norma padrão, norma culta e linguagem popular;
v  Desmistificar a noção de erro na língua, a partir do entendimento de adequação lingüística;
v  Compreender que a língua portuguesa não é única;
v  Conhecer o conceito e os tipos de variação lingüística;
v  Distinguir o que é adequado ou inadequado em determinadas situações de uso da língua.

JUSTIFICATIVA
v  Devido à observação de uma apresentação ocorrida na primeira visita, percebeu-se a necessidade de apresentar noções de variação e mudança lingüística aos alunos da turma de 3° ano acompanhada (3º M3). Dada a importância de tais noções no processo de comunicação, a oficina se propõe a contribuir para a autoafirmação dos alunos, a partir da compreensão de que a língua não é única.

CONTEÚDOS
v  Norma padrão, norma culta e linguagem popular;
v  Erro e adequação lingüística;
v  Variação e mudança lingüística;
v  Linguagem formal x linguagem informal;


METODOLOGIA
v  Exposição do conteúdo proposto através de slides, aliado à exibição de vídeos, a fim de possibilitar espaços de discussão e diálogo.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA
v  Apresentação
v  Exibição de vídeo (Debate com o presidente Lula em 2006)
v  Discussão sobre o vídeo
v  Exposição do conteúdo (Slides e vídeos com variedades do português)
v  Proposta de atividade: elaboração de um parágrafo em resposta à questão: Qual é a sua língua?

RECURSOS
v  TV-pendrive
v  Resumo impresso (fotocópia)
v  Folha de avaliação

AVALIAÇÃO
v  Redação de um parágrafo refletindo sobre o conteúdo abordado na oficina.

REFERÊNCIA
v  CAVALCANTE, Maria Auxiliadora da Silva. Contribuições da Sociolinguística educacional para o processo ensino e aprendizagem da linguagem. Disponível em: www.cedu.ufal.br
v  FARACO, Carlos Alberto. A percepção da mudança. In: Lingüística Histórica. São Paulo: Parábola, 2005. P. 14 - 43


Avaliação X Exame

A avaliação é intrínseca ao processo pedaagógico. Quando a instituição escolar a concebecomo exame ela se distancia de sua função diagnóstica e volta-se para a classificação, despendendo grande esforço em tarefas burocráticas e de poder hierárquico. A esse respeito Villas Boas (1993, p. 125) afirma:
A prática avaliativa na sala de aula revela não só o poder do professor, mas o controle hierárquico estabelecido pela direção da escola que, por sua vez, o recebe da administração do sistema de ensino. O aluno é o grande massacrado, pois sobre ele se dirigem todas as forças.
Na medida em que a avaliação cumpre o seu papel relevante na manutenção dos altos índices de evasão e repetência, ela fortalece as relações autoritárias dentro da escola e, mais especificamente, na sala de aula, reforçando assim o processo de seletividade e exclusão do aluno da escola.
Portanto uma avaliação doferenciada segundo Veiga é aquela que:
A avaliação do ponto de vista crítico, não pode ser instrumento de exclusão dos alunos provenientes das classes trabalhadoras. Portanto, deve ser democrática, deve favorecer o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriar-se de conhecimentos científicos, sociais e tecno- lógicos produzidos historicamente e deve ser resultante de um processo de avaliação diagnóstica. (Veiga 1995, p. 32)
Os professores coletam informações variadas sobre os alunos em diferentes situações didáticas e com diferentes procedimentos de avaliação: provas, trabalhos escritos, trabalhos em grupo, exercícios, relatórios, atividades feitas em laboratório e oficinas escolares etc. A coleta de informações que subsidiará a expressão de juízo e a tomada de decisão do professor constituem a memória que engloba dados sobre as condições em que se realizam as atividades, informações relativas ao aluno.
Portanto, compreendo que a avaliação é um mecanismo de reflexão do trbalho do educador e que uma avaliação do ponto de vista crítico está mais próxima da educação de qualidade que a educação brasileira contemporânea tanto almeja.

Continuação sobre a escola X- A Nossa conclusão:

Concluímos afirmando que a idéia da oficina surgiu a partir do nosso primeiro contato com os alunos da turma 3ºM3 do Colégio X, no dia 16 de setembro. Queríamos falar de algo que chegasse até os alunos e pudesse de alguma forma contribuir para a vida deles, para a compreensão da sua identidade e autonomia como falantes de língua portuguesa. A oficina "Qual é a sua língua?" propôs-se, através da apresentação das noções dos diversos tipos de variação lingüística, mostrar que a língua que falamos não é única e distante, mas também é nossa.    
 A recepção na escola foi bastante satisfatória e a aceitação da proposta por parte dos alunos, sem dúvida, superou as nossas expectativas. Apesar de o nosso plano inicial ter falido, já que tínhamos preparado slides que não abriram na hora da aula, tivemos êxito no decorrer da oficina, em parte por que havíamos preparado uma apostila para que eles pudessem acompanhar os conteúdos.    
Os alunos participaram ativamente de todo o trabalho, dando contribuições pertinentes ao que estava sendo tratado. Realizaram também as atividades avaliativas que propusemos, comprovando assim, que a oficina, como desejávamos quando a idealizamos, contribuiu de forma positiva na sua formação, ainda que tendo sido realizada durante apenas uma hora/aula. 
Indubitavelmente, a experiência foi ótima. Claro que é preciso levar em conta que estávamos ali apenas por um dia, e isso, obviamente, colaborou para o interesse manifestado pelos estudantes. Porém, ainda assim, faz-se importante registrar que valeu muito a pena o esforço para conseguir um espaço no colégio e proporcionar aos alunos e a nós mesmos uma oportunidade de crescimento inestimável como essa.



Continuação sobre a escola X

As salas dos professores, diretor, vice diretor, coordenador eram bem organizadas, limpas etc. Por fim fomos à turma do terceiro ano. Estava acontecendo um projeto sobre formação do povo brasileiro. O interessante é que professoras de áreas diferentes estavam juntas na sala orientando e preparando os alunos para a culminância do projeto que aconteceria uma semana depois. No dia em que estivemos lá eles fizeram o ensaio e a pré apresentação no palco da escola. As professoras orientadoras do projeto ministravam as disciplinas de português e matemática. Consideramos um trabalho criativo. E interdisciplinar. Assistimos ao ensaio dos alunos e então entendemos que eles tinham dificuldade de expressão. Eles se sentiam envergonhados e possuíam uma concepção de linguagem inadequada. Portanto, reconhecemos um problema e então decidimos ajudar aqueles alunos e alunas que tinham uma visão distorcida da linguagem. Dessa forma encerramos a nossa primeira visita. Ao sairmos agradecemos aos alunos, professores e a direção da escola. No dia 18 de novembro, dia marcado pela professora para realizarmos a oficina, apresentamos a vice-diretora o nosso plano de oficina. A vice-diretora nos avisou que poderíamos realizar a oficina no dia seguinte (sexta-feira), pois os alunos estavam participando de um campeonato de futebol. Na sexta-feira chegamos um pouco mais cedo e falamos novamente com a vice-diretora que nos orientou a deixar uma cópia do nosso plano de oficina na coordenação. No terceiro horário (9h05min), fomos encaminhadas a sala do 3M1 onde fomos apresentadas pela professora de inglês.
Os alunos foram bastante receptivos e se mostraram interessados em participar da aula. Começamos a oficina com a pergunta: “qual é a sua língua?”. Aos poucos, com certa insegurança, alguns foram respondendo: “português”, “brasileiro” e “português brasileiro”. Após as respostas, exibimos um vídeo do presidente Lula em um debate cometendo “erros” de português. Depois do vídeo perguntamos aos alunos o que eles acharam do português falado pelo nosso presidente e a partir das respostas fomos apresentando as noções de certo e errado, de norma padrão e não padrão, falamos de preconceito lingüístico e das variações lingüísticas.
Tentamos passar para os alunos que a língua é heterogênea e que cada um tem o seu próprio modo de falar e que ele não é errado. Falamos que não é preciso que eles deixem de falar da sua maneira para seguir o que a norma padrão prega, mas que também é importante aprendê-la, pois determinadas situações pedem o seu uso.
Como forma de avaliação, dividimos a sala em dois grandes grupos e pedimos para que um grupo simulasse um ambiente onde fosse necessário usar uma linguagem mais formal e que o outro simulasse um ambiente mais descontraído onde pudessem usar a linguagem informal.  Na encenação eles demonstraram ter assimilado a noção do que era adequado ou não a cada ambiente.
Para encerrar a oficina pedimos aos alunos que respondessem a questão “qual é a sua língua?” em uma folha de ofício. Alguns responderam e tivemos um resultado bastante positivo. De acordo com os textos produzidos pelos alunos, tanto oralmente quanto em resposta à atividade de avaliação,  grande parte dos nossos objetivos foram alcançados.

Primeira Visita a Escola X

A primeira visita foi feita por Amanda, Chaynara e Cínthia. Começamos a observar uma instituição X. Ao chegarmos à escola percebemos que ela era bem localizada, pois estava na rua principal e possuía um ponto de ônibus na porta da escola. Olhamos para a fachada da instituição e verificamos que ela estava em reforma, mas notamos o letreiro destruído, além de mosaicos os quais era perceptível que foram feitos recentemente, contudo já estavam destruídos. O homem responsável pelo mosaico refazia aqueles que já estavam prontos mais foram destruídos. Entramos na escola, ela é grande. Possui duas quadras de esportes. Refeitório, banheiros, sala de informática, sala de vídeo, secretária, coordenação, diretoria, sala de professores, banheiros dos profissionais. Fomos então, nos apresentar à professora. Ela nos recebeu muito bem. Apresentou-nos aos professores e a vice diretora levou-nos para continuar conhecendo o espaço físico da instituição. Antes de sairmos com a vice diretora, pedimos o Projeto Político Pedagógico da Escola. A coordenadora nos explicou que o PPP existia no computador, mas não havia sido impresso. Ela prometeu imprimi-lo e nos oferecer na próxima visita. Só o fato de saber que o PPP existia já nos alegrava. Bom, continuamos a observação do estado físico do colégio. Ele era um pouco escuro e isso transmitia certa tristeza. A acústica do colégio não é tão boa, pois nas salas do térreo o barulho dos alunos que estavam no corredor invadia a sala de aula e atrapalhava os professores e alunos comprometidos. Observamos os banheiros, eles estavam um pouco sujos e mal cheirosos. Verificamos que as salas de aula eram organizadas e que as salas de vídeo e informática eram equipadas e segundo os alunos elas funcionavam corretamente. Fomos à biblioteca da escola. Ela era organizada e possuía livros os quais podiam ser emprestado aos alunos, eles possuíam o cartão de empréstimo e aqueles que não devolvessem o livro ficavam suspensos durante quinze dias e só depois poderiam voltar a pegar livros emprestados. A quadra esportiva estava sendo usada pela professora de educação física. Notamos alguns alunos com uma farda diferente. Eles participavam do projeto educacional, Mais educação. Nesse curso várias disciplinas são ministradas. Tais como leitura e escrita, matemática, xadrez, dança etc. Esses alunos ficam na escola em turno integral por isso eles recebem o café da manhã na instituição, Almoçam ao meio dia e tornam a merendar às três horas.

OFICINA FEITA EM UM COLÉGIO ESTADUAL DE SALVADOR PELAS ALUNAS DA UFBA AMANDA, CHAYNARA E CÍNTHIA.

FOTOS DA OFICINA
Divisão dos grupos para apresentação



Apresentação
Produção do texto proposto na avaliação
FOTOS DA OFICINA
Divisão dos grupos para apresentação
Apresentação



Produção do texto proposto na avaliação

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quais são os principais problemas do ensino de língua portuguesa, causa, consequência e soluções???

Para entendermos os problemas, as causas , conseqências e soluções do ensino da nossa língua materna vamos nos valer um pouco da história naciona. os primeiros anos de nosso país, a disciplina português estava ausente do currículo escolar e de certa forma do convívio social, visto que três línguas conviviam no Brasil imperial, a língua geral que recobria várias línguas indígenas, o latim que supostamente era falado, ou melhor ensinado, pois é uma língua morta, e o português que não era a língua prevalente, pois a língua geral era a língua do contato social. Os meninos e meninas iam a escola aprender a ler e escreverem português, mero instrumento de alfabetização. Da alfabetização os meninos passavam para o estudo do latim no ensino secundário e no superior estudava-se a gramática da língua latina e a retórica. O marquês de Pombal em 1759 torna obrigatório o ensino da língua portuguesa com o intuito de instituir a língua culta nas classes mais abastardas, contudo não devemos negar a contribuição signiicativa de Marquês para a consolidação da língua portuguesa no Brasil e sua inclusão e valorização da escola. Porém, o mesmo comportamento, o de passar a língua culta para as classes mais baixas, acontece na atualidade. Não existe em sua maioria, o ensino das variedades linguísticas, o desapego a noção de certo e errado, a concepção de linguagem como instrumento de comunicação, o deapego da gramática normativa. Deixar de entender a línguagem apenas como expressão do pensamento e sim com expressaõ interacional. O contexto da produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, a interpretação de quem produz etc. Os problemas poderiam ser resolvidos se tivessemos uma política pública de inclusão que racairia também nas classes pobres e como consequência na esfera da educação como forma de mostrar que a língua é complexa e pural .