domingo, 5 de dezembro de 2010

Continuação sobre a escola X

As salas dos professores, diretor, vice diretor, coordenador eram bem organizadas, limpas etc. Por fim fomos à turma do terceiro ano. Estava acontecendo um projeto sobre formação do povo brasileiro. O interessante é que professoras de áreas diferentes estavam juntas na sala orientando e preparando os alunos para a culminância do projeto que aconteceria uma semana depois. No dia em que estivemos lá eles fizeram o ensaio e a pré apresentação no palco da escola. As professoras orientadoras do projeto ministravam as disciplinas de português e matemática. Consideramos um trabalho criativo. E interdisciplinar. Assistimos ao ensaio dos alunos e então entendemos que eles tinham dificuldade de expressão. Eles se sentiam envergonhados e possuíam uma concepção de linguagem inadequada. Portanto, reconhecemos um problema e então decidimos ajudar aqueles alunos e alunas que tinham uma visão distorcida da linguagem. Dessa forma encerramos a nossa primeira visita. Ao sairmos agradecemos aos alunos, professores e a direção da escola. No dia 18 de novembro, dia marcado pela professora para realizarmos a oficina, apresentamos a vice-diretora o nosso plano de oficina. A vice-diretora nos avisou que poderíamos realizar a oficina no dia seguinte (sexta-feira), pois os alunos estavam participando de um campeonato de futebol. Na sexta-feira chegamos um pouco mais cedo e falamos novamente com a vice-diretora que nos orientou a deixar uma cópia do nosso plano de oficina na coordenação. No terceiro horário (9h05min), fomos encaminhadas a sala do 3M1 onde fomos apresentadas pela professora de inglês.
Os alunos foram bastante receptivos e se mostraram interessados em participar da aula. Começamos a oficina com a pergunta: “qual é a sua língua?”. Aos poucos, com certa insegurança, alguns foram respondendo: “português”, “brasileiro” e “português brasileiro”. Após as respostas, exibimos um vídeo do presidente Lula em um debate cometendo “erros” de português. Depois do vídeo perguntamos aos alunos o que eles acharam do português falado pelo nosso presidente e a partir das respostas fomos apresentando as noções de certo e errado, de norma padrão e não padrão, falamos de preconceito lingüístico e das variações lingüísticas.
Tentamos passar para os alunos que a língua é heterogênea e que cada um tem o seu próprio modo de falar e que ele não é errado. Falamos que não é preciso que eles deixem de falar da sua maneira para seguir o que a norma padrão prega, mas que também é importante aprendê-la, pois determinadas situações pedem o seu uso.
Como forma de avaliação, dividimos a sala em dois grandes grupos e pedimos para que um grupo simulasse um ambiente onde fosse necessário usar uma linguagem mais formal e que o outro simulasse um ambiente mais descontraído onde pudessem usar a linguagem informal.  Na encenação eles demonstraram ter assimilado a noção do que era adequado ou não a cada ambiente.
Para encerrar a oficina pedimos aos alunos que respondessem a questão “qual é a sua língua?” em uma folha de ofício. Alguns responderam e tivemos um resultado bastante positivo. De acordo com os textos produzidos pelos alunos, tanto oralmente quanto em resposta à atividade de avaliação,  grande parte dos nossos objetivos foram alcançados.

Nenhum comentário: